O Ministério Público de Alagoas (MPAL) deflagou, nesta sexta-feira (07), a operação denominada ‘Causa Nostra’. Realizada por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e da Promotoria de Justiça de Girau do Ponciano, a ação teve o objetivo de desbaratar uma possível organização criminosa (Orcrim) que seria especializada em crimes contra a administração pública. Entre os investigados, há um juiz de direito aposentado e advogados.
De acordo com o relatório encaminhado à imprensa, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Todos estes expedidos pela 17ª vara Criminal da Capital.
Durante a operação, que ocorreu simultaneamente nos municípios de Maceió e Girau do Ponciano, foram apreendidos mídias, dispositivos eletrônicos e documentos, levados para análise no Procedimento Investigatório Criminal (PIC).
Segundo as investigações, o juiz aposentado Jairo Xavier Costa é suspeito de estar envolvido em manipulação de acordos judiciais em processos de imóveis de outros estados. Além de Jairo, seu filho, Jairo Xavier Costa Junior, dois advogados, um deles identificado como Ivan Bergson Vaz de Oliveira, e um servidor do sistema judiciário também estão sendo investigados.
Em 2019, o juiz Jairo, quando atuava na comarca de Palmeira dos Índios, foi afastado das funções após várias representações feitas pelo MPAL.
O afastamento de Xavier foi realizado pelo então coordenador-geral de justiça, Fernando Tourinho de Omena Souza, que falou que Jairo “negligenciou no cumprimento dos seus deveres funcionais quando se submeteu ao cometimento de atos incondizentes com as leis e a Justiça”.
Jairo Xavier foi aposentado compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.
O nome da operação, Causa Nostra, se refere à máfia siciliana, que praticou diversos crimes na Itália por meio de uma estrutura que contava com braços nos setores públicos e privados, a partir do tráfico de influência para impunidade dos delitos.